domingo, 6 de junho de 2010

Gastronômicos

Quero que me leias
Com teu corpo
E todos os poros abertos...
Em arrepio.


Que me recebas inteira
Mesmo entre esboços
Do que ainda serei:
modelando-me.


Que proves meu sabor
E conheças meu veneno
Mas saibas apreciar,
Adocicando-te.


Que me acompanhes
Enquanto descobrimos
Essas estradas possíveis -
Experimentando-nos.

3 comentários:

Ana Marques disse...

Somos sempre
consumidores
canibais
vorazes
insanos
daqueles que amamos

Gostei muito.

cintilante disse...

aaah, sua poeta!

Anônimo disse...

Criança...

Ora teu veneno é inócuo - couraças não sentem -, ora insuportável - por que não calas de uma vez?

Desista ou desista de crer que alguém poderá ver teu olhar: todos perdem-se na luz desses teus olhos que ofuscam um olhar de finesse (em ti) trágica.

Cala, bebe, transa e mente, mas não turve de esperança um jardim que nasceu para ser intangível...