terça-feira, 25 de agosto de 2009

Medo

Tenho medo do nada
do vazio
do vácuo
da fresta
da fenda
do espaço
que há em mim:
quando há tempo...
e não há resposta.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aprendizados...

Pois eis que a vida traça seus mais maliciosos planos e me derruba de meu pedestal. Achava-me completamente segura entre as imagens antes endeusadas, mas não, eis que vem o próprio céu em forma de gente e me deixa caída ao chão. Como se eu tivesse de ver de outro ângulo a vida, as pessoas e o próprio existir. Foi tão fácil subir lá, guiada pelas mãos que hoje se ausentam de minha visão e meu tato, como se eu merecesse realmente estar ali - engessada e bela, simplesmente "pairando" no tempo e espaço. Quem me dera ter antes percebido, que de malícias a vida só tem a aparência, e que devo a ela me entregar sem receios para poder então compreendê-la. Não há um ponto, são muitas e muitas vírgulas e reticências a se desenhar enquanto transitamos pelos caminhos feitos nas escolhas diárias. Eu poderia ter ficado para sempre ali, segura e em êxtase, mas dali que ensinamentos iria eu tirar? É nas dores da vida que a gente aprende realmente a amar e deixar-se amar, aprende a aprender o que é realmente estar vivo e vivendo - e com o coração pulsando e por vezes despedaçado. Ninguém me disse que seria fácil, tampouco peço que agora me afirmem algo, apenas pensei que aprenderia com mais facilidade e que talvez não fossem necessárias tantas lembranças de que sou feita desta carne-e-sangue, pois quando sou cortada sinto dor e sangra. Porém aprendi que a gente deve deixar sangrar o quanto tiver de ser porque se tentamos estancar "enganando" a ferida ela certamente irá infeccionar, vai doer mais e vai ser pior. Dessa vida que vivo quero mesmo é me entregar mesmo e depois de aprendidas as lições que eu possa compartilhar algumas com aqueles ao meu redor, mesmo que elas sejam apenas um pedaço desfigurado de suas lições, que seja útil aquilo que aprendi para os que estiverem por perto (ou distante) - que a minha dor não seja só por mim. E juro que muitas das vezes eu queria pegar as dores dos outros pra viver só para não vê-los sofrer. Acontece que cada um tem suas próprias dores e prazeres e devem ser vividos particularmente, eu só posso ser a mão que afaga, o ombro que suporta parte do peso e os olhos que compreendem e acompanham. Assim como tenho de viver meus próprios fatos e me permitir experimentar todas as emoções que me forem possíveis, mesmo que por pouco tempo. Não importa o tempo que vou percorrer uma montanha de um vale a outro e sim o que eu vou viver e aprender pelo caminho.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Diga mais ao mundo hoje, baby

Diga que você não pode mudar o curso de suas escolhas, que já está tudo marcado, que as cartas já foram dadas... e fica esta sensação de estar seguindo o caminho certo, o coração batendo forte e o olhar a acompanhar as nuvens que passam pelo céu em dourado e azul. Você pode tentar desviar mas vai estar ali, aquela porta ainda vai estar aberta pra você. Porque há planos que devem ser seguidos até o fim, há escolhas que devem ser feitas por sanidade e por vontade de viver algo mais. Viver algo que te desperte todas as manhãs com um sorriso no rosto e o olhar brilhando. O coração pulsante de felicidade e uma vontade louca de abraçar o mundo. Vocês ouvem esta música? Vocês sentem este cheiro no ar? Vocês escutam seus corações sorrindo?
Não deixe que esta história seja mais uma a ser escrita e ficar pela metade enquanto o cinza toma conta do horizonte e a chuva apaga os rastros do que poderia continuar a ser, se quiser...
Então poderemos, mesmo que amanhã não seja mais, olhar tudo o que foi escrito e sorrir.
É, eu vivi... intensamente... eu ainda estou aqui e minha memória vai sempre me trazer os sorrisos enquanto traço os próximos traços.