tag:blogger.com,1999:blog-20184729658402496142024-02-07T04:47:50.780-08:00Dicionário CotidianoCarole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.comBlogger88125tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-82217955577137134522024-01-04T11:43:00.000-08:002024-01-04T11:43:40.453-08:00meias-verdades<p> meias-verdades</p><p></p><blockquote>(As palavras já entregam o ouro)</blockquote><p></p><p>Aquilo que parece mas se comporta diferente do habitual, observa.</p><p>Aquilo que segue comportando-se desigual, mas que não faz mal...</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-42437375712235652062020-06-13T08:25:00.002-07:002020-06-13T08:39:16.536-07:00Uma conversa que ilumina<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: small;">Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:<br />— Eu sei quem sou!<br />E Deus disse:<br />— Que bom! Quem és tu?<br />E a Pequena Alma gritou:<br />— Eu sou Luz<br />E Deus sorriu.<br />— É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu és Luz!<br />A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.<br />— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a Pequena Alma.<br />Mas,
passado pouco tempo, saber quem era já não lhe bastava. A pequena Alma
sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter
uma conversa com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que
queira ser Quem Realmente É) e disse:<br />— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?<br />E Deus disse:<br />— Quer dizer que queres ser Quem já És?<br />— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.<br />— Mas tu já és Luz — repetiu Deus, sorrindo outra vez.<br />— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a Pequena Alma.<br />— Bem, acho que já era de se esperar. Tu sempre foste aventureira — disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.<br />— Há só uma coisa…<br />— O quê? — perguntou a Pequena Alma.<br />—
Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além
daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentar Quem És,
porque não há nada que tu não sejas.<br />— Hã? — disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.<br />—
Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais
milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não
seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas e isso
não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como
podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz — eis a
questão.<br />— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! — disse a Pequena Alma mais animada.<br />Deus sorriu novamente.<br />— Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão — disse Deus.<br />— O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.<br />— É aquilo que tu não és — replicou Deus.<br />— Eu vou ter medo do escuro? — choramingou a Pequena Alma.<br />—
Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não
ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos
fingindo.<br />— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.<br />Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.<br />—
É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é —
disse Deus — Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o
Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a
Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, — continuou
Deus — quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a
voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não
fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És e os outros
também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como
és especial!<br />— Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? — perguntou a Pequena Alma.<br />—
Claro! — Deus riu-se. — Claro que podes! Mas lembra-te de que
“especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua
maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que
podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!<br />— Uau — disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. — Posso ser tão especial quanto quiser!<br />— Sim, e podes começar agora mesmo — disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma<br />— Que parte de especial é que queres ser?<br />— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou a perceber.<br />—
Bem, — explicou Deus — ser a Luz é ser especial, e ser especial tem
muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É
especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra
maneira de ser especial?<br />A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: small;">—
Conheço imensas maneiras de ser especial! — exclamou a Pequena Alma — É
especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser
simpático. É especial ser atencioso com os outros.<br />— Sim! — concordou
Deus — E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial
que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.<br />—
Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! — proclamou a Pequena
Alma com grande entusiasmo. — Quero ser a parte de especial chamada
“perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?<br />— Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.<br />— Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim — disse a Pequena Alma.<br />— Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.<br />A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.<br />— O que é? — suspirou a Pequena Alma.<br />— Não há ninguém a quem perdoar.<br />— Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.<br />—
Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única
alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.<br />Foi
então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado.
Outras almas tinham vindo de todos os lados — de todo o Reino — porque
tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa
extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a
dizer. Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma
teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita
do que ela. Eram de tal forma maravilhosas e a sua Luz brilhava tanto,
que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.<br />— Então, perdoar quem? — perguntou Deus.<br />—
Bem, isto não vai ter piada nenhuma! — resmungou a Pequena Alma — Eu
queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser
essa parte de especial. E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se
triste. Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e
disse:<br />— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou te ajudar — disse a Alma Amiga.<br />— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?<br />— Ora, posso te dar alguém a quem perdoares!<br />— Podes?<br />— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.<br />—
Mas porquê? Porque é que farias isso? — perguntou a Pequena Alma. — Tu,
que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma
velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante
que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua
vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa
luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as
estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na
minha vida e a tornares tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?<br />— É simples — disse a Alma Amiga. — Faço-o porque te amo.<br />A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.<br />—
Não fiques tão espantada — disse a Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por
mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes.
Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas.
Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu
não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a
Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o
Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a vítima e o vilão.
Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu, cada uma trazendo à outra a
oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem
Realmente Somos.<br />— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho
— eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou
fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como
Aquela Que Perdoa.<br />— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? — perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.<br />— Oh, havemos de pensar nalguma coisa — respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.<br />Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:<br />— Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?<br />— Sobre o quê? — perguntou a Pequena Alma.<br />—
Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para
fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito
diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.<br />— Oh,
qualquer coisa, o que tu quiseres! — exclamou a Pequena Alma, e começou a
dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!<br />Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.<br />— O que é? — perguntou a Pequena Alma.<br />— O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!<br />— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.<br />E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.<br />— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.<br />—
No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no
momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse
preciso momento…<br />— Sim? — interrompeu a Pequena Alma<br />— Sim?<br />A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.<br />— Lembra-te de Quem Realmente Sou.<br />— Oh, não hei de me esquecer! — gritou a Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.<br />—
Que bom, — disse a Alma Amiga — porque, sabes, eu vou estar a fingir
tanto, que eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim
tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito
tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És,
e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra
alma para nos lembrar às duas Quem Somos.<br />— Não vamos, não! —
prometeu outra vez a Pequena Alma. — Eu vou me lembrar de ti! E vou te
agradecer por esta dádiva — a oportunidade que me dás de me experimentar
como Quem Eu Sou.<br />E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma
avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito
especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama
Perdão. E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se
experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o
tornasse possível.<br />E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre
que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse
alegria ou tristeza — principalmente se trouxesse tristeza — a Pequena
Alma pensava no que Deus lhe tinha dito:<br />— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /><span style="font-size: x-small;"><b>FONTE: O livro | A pequena Alma e o Sol, de Neale Donald Walsch</b></span></span></span><br />
<br /></div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-75636638964480512762019-02-20T14:54:00.001-08:002019-02-20T14:54:07.377-08:00Sou uma Deusa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Eu já fui tantas coisas tentando
ser eu mesma, já me refleti em diversos espelhos achando que aquela era a minha
imagem real. Já busquei amores e dores crendo que aquilo era do que eu
precisava para me sentir viva e real. Hoje sei muito mais do que sou a partir
de saber o que não sou. E crescendo com esse fluxo incessante da vida me
permito aprender, enfim, a ser. É nessa jornada que eu pretendo levar vocês, a
aprender a apenas ser quem realmente são: em sua melhor versão. A se olhar com
amor e compaixão e pensar que tudo na vida é luz de aprendizado e amor. Até o
que parece ser horrível, só está presente porque ainda temos sombras dentro de
nós que precisam ser vistas e amadas. A existência é feita de contrastes, eles
que dão forma e lembram que tudo é escolha. Que lado você escolhe alimentar?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Aprendi, finalmente, que sou uma
deusa e assim sendo mereço só o melhor. E esse melhor vai depender daquilo que
me permito receber, do que afinal me considero merecedora? Subi muitos degraus
para chegar neste lugar onde só escolho amor, alegria, harmonia e luz. Daqui e
na minha realidade só permito que o espelho reflita leveza e diversão,
confiança e união. Não há mais espaço para críticas, reclamações, lamentações,
vitimismo, desculpas e falta de atitude. Muito menos para a escassez – em todos
os níveis. Foi intensa a minha jornada, a minha caminhada e daqui só vejo
amorosidade em todas as lições que me forma necessárias para alcançar meu
patamar de plenitude interior. E foi acima de tudo um compromisso comigo mesma
de, haja o que houver, seguir crescendo e evoluindo. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Eu alimento a luz dentro de mim e
espalho o amor que vibra no meu ser. Esse manancial está disponível para todos,
pois cada um tem acesso a isso dentro de si. Esquecemo-nos disso e vagamos,
perambulamos e tropeçamos pelos obstáculos da vida que tenta desesperadamente
nos mostrar que a felicidade está dentro – e não fora. O carro, a casa, os
milhões de reais na conta bancária, o celular de última geração, o relógio
master blaster, a bolsa de marca, a roupa caríssima não vão completar esse
vazio que você mesmo não olha e não preenche com amor e aceitação. Depois
disso, você pode escolher todas essas coisas, ou não – e está tudo certo. Não
há problema em ter coisas, em ter luxo, em ter abundância. Mas que ela esteja
principalmente dentro de cada um de nós. E que escolhamos a vida, as situações,
os amores a partir dessa plenitude de ser quem se é e se amar desse jeito. De
compreender nossos medos e escuridões e curá-los com amor. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Afinal, se só damos o que possuímos
e só atraímos o que vibramos ficam as perguntas: o que você está alimentando em
si? O que você está escolhendo? O que você está emitindo para o universo?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Gratidão pelo partilhar dessa
linda jornada que é a vida. Amor e luz.</span></span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-19028317334390388552019-02-12T15:43:00.004-08:002019-02-12T15:47:07.092-08:00Calar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Calar a paisagem que se mostra ao meu redor. Tudo está tão nítido e me ocupa em todos os espaços que mal encontro um lugar vago para respirar. Está tudo tão estranho ao meu paladar, tudo tão metamórfico, tão misteriosamente abstrato e eu me lembro de em algum lugar em que eu não era nada mais do que um ponto no vazio do espaço-tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">São tantas e absurdas tonalidades de cores que eu mal consigo focar em uma dimensão. Eu tento capturá-las, mas elas são livres e flutuam com amorosidade em torno de mim. Parece um conto de fadas, desses que a gente repete a dose e não esquece o final. Dessa vez não vejo ponto, nem final, nem desfecho. Nada parece seguir uma linha imaginária linear ou passível de ser captada em sua realidade. Real? Como descrever como real o que acontece aqui? Na imaterialidade desse sonho vívido tudo é absolutamente real num sentido cinéstesico que não se pode abraçar fisicamente. Eu apenas sou - misturada entre tudo ao mesmo tempo em que observo o desenrolar dessa trama.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Por quê em alguma instância eu iria querer calar tudo isso? Pelo medo de não-controle? Por não ter noção de onde tudo isso vai levar? Por escolher viver nesse mundo sistemático e bicolor? Talvez... em algum lugar do passado, onde eu não tinha vivenciado essa multiplicidade - eu escolhesse viver a vida em tonalidades cinza. Se eu não conhecesse essa paisagem, quem sabe. Talvez eu buscasse ainda me enquadrar nessa caixinha pequena onde tantos se colocam de cara para o canto e se dizem felizes. Já estive nessa busca e agora só busco a beleza da paisagem onde o horizonte é o único final e limite visível e compreensível. O amor, a vida, o cotidiano pode ser mágico. Mas, posso dizer pra vocês? A magia mora dentro. Infelizmente muitos buscam desesperadamente em coisas e corpos o que reside dentro e é de fácil acesso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">E eu? Sou fada da minha própria existência. Eu moro nas cores e só aceito o extraordinário fluir como opção. Não me venha pedir pra ser de concreto e olhar as coisas de forma fixa e séria. Eu danço, eu voo. Não me encaixo e ao mesmo tempo eu retroalimento os seres que vivem nesse caos. Daqui eu dou risada - e não é deboche. É delícia, é vida, é uma gota a mais de sabedoria saboreada no canto da boca. Eu vivo. E seguirei... sem calar. Sem pausar a minha caminhada.</span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-51335619423463521252018-12-22T18:11:00.003-08:002019-02-12T21:04:26.100-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Numa galáxia muito distante um lunático rouba suas próprias ideias e uma estrela brilha mais do que os olhos da menina que veem o mar pela primeira vez. Tudo está absolutamente conectado e estranhamente todos sabem disso. Olham para os sinais que se avolumam a seu redor. Os mistérios não são nada misteriosos. Dizem que lá nesse mundo enigmático e fantástico toda vez que um dente-de-leão se lança pelo ar uma fada nasce e realiza um sonho. E que a chuva nutre a alma daqueles que se deixam molhar por ela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Esse lugar é muito disputado entre as viagens intergaláticas de algumas civilizações avançadas, que querem ter a experiência do mágico cintilando a seu redor. Magicamente todos que querem ir até lá o conseguem, porque quem se conecta com aquela realidade acaba automaticamente feliz. A alegria disposta faz tudo fluir adequadamente e levemente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Contam as histórias que as flores ao florescer tocam lindas melodias, muito suaves, que despertam as pessoas de seu sono com doçura e encantamento. Tudo é muito colorido, de tons e nuances nunca vistas em tamanha beleza e esplendor. Geralmente as pessoas se questionam se estão sob o efeito de algum psicoativo, pois é tudo muito vibrante e intenso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Confesso que tenho muita vontade de conhecer tal lugar, apesar do meu ego ceticamente estar designado para me fazer sofrer alegando autoproteção da psique. Inventa milhões de problemas e confusões, fica criando imagens mentais desconexas e rebeldes como me alertando de que é uma furada. Imagina? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Como se eu estivesse fadada a viver aqui, nesse mundo mais cinza do que colorido - com pessoas se acotovelando por qualquer coisa que pareça ser <i>trend</i>. Mas deixa, eu vou dar a volta nesse sabotador que mora dentro de mim. A mágica estará ao meu redor - em breve.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-21480386958983687012018-09-10T11:22:00.001-07:002018-09-10T11:22:15.682-07:00Uma história para ser e amar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="f9d7s-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f9d7s-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="f9d7s-0-0"><span data-text="true">Era tarde, passagem comprada e olhos no painel. Coração que pulava ao peito pensando no momento do encontro. Na viagem, sentia um calor ao seu redor, como se fosse o abraço caloroso do próprio amor.</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="a4vu2-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a4vu2-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="a4vu2-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="avf-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="avf-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="avf-0-0"><span data-text="true">Aeroporto lotado, pessoas e mais pessoas que passavam de um lado para o outro. Como seriam suas histórias? O que lhes motivava a sair da cama todas as manhãs? Será que tinham vivido um grande amor? Como passavam seu tempo? Que livros marcaram sua existência? Mesmo entre estranhos pareciam todos tão familiares... Sempre curiosa das histórias por detrás dos seres. Foi a curiosidade que a levou a descobri-lo entre os demais. Mais uma? Ela apenas queira conhecer o universo interior daquele que muito tinha a dizer, e o dizia tão bem!</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="2qvbe-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2qvbe-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="2qvbe-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="bbcln-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bbcln-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="bbcln-0-0"><span data-text="true">Foi então que perdida entre seus pensamentos, casaco e bagagem levantou os olhos e o viu. Era mesmo verdade? O corpo estremeceu. As mãos ficaram dormentes. O sorriso desabrochou num sol iluminando aquelas paredes frias de chegadas e partidas. "Oi você." Disse ela, meio sem jeito, louca para fazer uma piada para se defender da avalanche de sentimentos que lhe percorria. "Oi você." Ele disse, enquanto olhava a moça mais distante e mais próxima que jamais ousou pensar que um dia iria encontrar. Os olhares pousaram um no outro demoradamente. Naquela eternidade de segundos eles mergulharam profundamente no instante. Efêmero instante. Com toda a beleza de um encontrar-se naquela multidão que lhes envolvia.</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="dcojs-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dcojs-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="dcojs-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="72u39-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="72u39-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="72u39-0-0"><span data-text="true">Uma mão. Outra mão. Seguiam conectados pelo olhar. Chegaram perto, bem perto, mais perto. Sentiam a respiração um do outro. Narizes que se beijavam enquanto as bocas flertavam num sonho vívido de anseios que demoraram a serem verdades pois os corações estavam tão receosos de se entregarem... esses medos. Essas cicatrizes. Barreiras. Defesas. Tiveram de ser docemente conduzidos pelo universo até enfim darem-se a permissão de viver aquele amor incompreensível aos seus lógicos raciocinares. Tão românticos os dois. Queriam muito mais do que momentos, queriam uma vida inteira. Daquele mútuo olhar, beijar de narizes e flertar de bocas. As mesmas duas bocas se namorando durante uma existência em flor. Era esse o desejo daqueles dois. E o beijo foi se desenhando enquanto mais e mais se sentiam, entre corações que se achegavam mesmo à distãncia e agora tão próximos...</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="cgh7j-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cgh7j-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="cgh7j-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="9geeo-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9geeo-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="9geeo-0-0"><span data-text="true">"Eu estou aqui?" Ela perguntou, depois do beijo, sem fôlego e com a alma em festa. "Estamos." Ele respondeu, com todas as defesas ao chão. Deram-se </span></span><span data-offset-key="9geeo-1-0"><span data-text="true">um abraço</span></span><span data-offset-key="9geeo-2-0"><span data-text="true"> tão apertado que dava para lhes supor um só. Entre os cheiros de um e de outro, feromônios à vista, corpos arrepiados ela sussura "Que bom." e andam de mãos dadas até o táxi como se aquelas mãos nunca estivessem estado separadas.</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="779u9-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="779u9-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="779u9-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="93efs-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="93efs-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="93efs-0-0"><span data-text="true">Fizeram valer seu encontro, dia após dia. Entre recados apaixonados e telefonemas viviam um vida plena. Dois que estavam juntos sendo ainda assim, dois. Na plenitude do amor sabiam continuar a ser, e se apoiar, e vibrar pelas conquistas pessoais de cada um - sabiam que dois inteiros é que fazem uma relação harmoniosamente bela. Sabiam respeitar os limites de cada um, nas discordâncias achavam um ponto comum para amar sem ter de ser igual ao outro. Eram diferentes sim. Pensavam diferente em muitos aspectos e era isso que tornava a relação ainda mais bela. O que aprendemos com os exatamente iguais? Tinham um ao outro e sabiam disso. Na confiança de se relacionarem algum tempo distantes fisicamente, mas conectados por aquele laço de amor que se expressava de variadas formas. Se sentiam próximos. Ela o via pelos cantos de seu lar e ele também. De modo que durante todo o tempo em que viajavam um para ver o outro nunca duvidaram de que era possível aquele entregar-se.</span></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="5ga4c-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5ga4c-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="5ga4c-0-0"><br data-text="true" /></span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="6frhi" data-offset-key="dtfkm-0-0" style="text-align: justify;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dtfkm-0-0">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span data-offset-key="dtfkm-0-0"><span data-text="true">Até o dia em que se entregaram mais do que de corpo e alma. Uniram-se em um único ponto, das coordenadas cartesianas que espelhavam a luz daquela vida em conjunto pro mundo. De compartilharem além de suas conquistas, uma vida, escolhas, planos, doçuras, desafios. E quando voltavam a se olhar - ah, aquele olhar. Sempre presente. Narizes que se beijam e bocas que flertam a vida inteira. De dois inteiramente presentes. E além.</span></span></span></div>
</div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-34079916698644359432018-09-02T17:47:00.002-07:002018-09-02T17:47:22.940-07:00Borboletas no estômago<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Calo-me, pois já não tenho nada a dizer</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Apenas calo</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Todas as intenções, todas as palavras... </span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Emudeço num mar de verborragias mentais {entre tantas pessoas querendo seu lugar ao sol}</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Eu só sei me encontrar</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">E desse lugar que galguei com muito esforço</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Apenas observo</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Essas pessoas todas alvoroçadas por qualquer tipo de assunto</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Fugindo de si mesmas.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não sou perfeita, nem sou feita de aforismos</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sou carne, osso e borboletas no estômago</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ouso sonhar e dançar entre meus livros</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Já não sei mais fingir que não me importo</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sussurro verdades ao vento para alguém ouvir</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">E uivo desejos vitais</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Mas quem pode afirmar que o amanhã será melhor?</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Serei ainda eu, novamente. Mais uma vez.</span></span></div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-44493245789098030042018-07-17T12:07:00.001-07:002018-07-17T12:07:25.874-07:00Esse tal lugar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Presume-se caos, encontra-se caos. Por todos os lados pessoas querendo ser elas mesmas num mar de espelhos distorcidos. Refletem sem filtro as mensagens adquiridas das mais diversas formas. Encontro-me aqui olhando perplexa para tudo isso e me questionando "onde me encaixo nisso tudo?". Porque eu nunca tive um fio condutor que me direcionasse para algo concreto. Aliás, nada aqui é concreto - é tudo muito fluido e dinâmico. E talvez seja essa falta de concretude que me dê alguma espécie de náusea existencial... como se eu estivesse sempre em um barco à deriva de algo que nem sei o que é. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">E volto a mim: eu quero chegar a algum lugar? Eu preciso chegar a esse lugar que nem sei onde é? Eu vou aceitar que me digam o que é esse lugar? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Quem sabe aprender a navegar e tomar a vida como num barco que explora lugares, fatos, pessoas e situações sem me determinar a um porto "seguro" para ancorar e seguir a vida toda? Quem sabe abraçar a completa insensatez e flertar com a fragilidade? Quem sabe...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Desconstruções são necessárias, mas é preciso saber o limite - algumas podem nos desconstruir tanto que acabamos vazios de nós mesmos. Até onde podemos ir para testar nossos próprios limites e encontrar sentido? Quantos testes sucessivos somos capazes de suportar sem quebrar como um galho seco? Tenho testado a minha força e percebo que ela só aumenta com o tempo. Percebo força nas minhas decisões, nos testes que eu mesma inflijo à minha consciência e força de vontade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Para aqueles que pensam, parece tudo uma grande piada. Para aqueles que sentem, parece tudo um filme com um enredo compartilhado e dissonante. Para aqueles que ousam despertar, parece uma grande sinfonia de muitas vozes que só querem ser ouvidas e apreciadas. No fim, todos querem o mesmo buscando das formas mais diversas. Alguns andam, outros circulam, outros correm, outros tropeçam, outros tantos se deitam e lamentam enquanto ouvem os passos alheios. Alguns param e tentam erguê-los - nem todos querem. Deixa ser. Deixa o outro ser, ouve o chamado do teu coração. Quem quer ajuda pede e valoriza a mão que se estende. E se não agradecer, quê importa? Dê por ser amor e não para ser apreciado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É assim que eu amo. Sendo amor na trajetória alheia. Espalhando abraços, sorrisos e dança, algumas palavras e outros sorrisos mais. Dou meu melhor naquele momento e sigo na caminhada para esse infinito horizonte. Sempre tem lugar ao meu lado para aqueles que querem caminhar junto de mim. Mas respeito aqueles que querem ficar no seu próprio ritmo. E assim somos, todos, amor em movimento. </span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-41576328030925162982014-02-07T07:41:00.004-08:002014-02-07T07:41:53.104-08:00Suposições<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De suposições em suposições perdemos tempo. Gastamos energia juntando peças que sequer existem e assim, causamos um dano por vezes irreversível: pensamentos, palavras, ações que tomam corpo por uma ilusão da mente. Essa maquininha de arquitetar e equacionar, que busca nas mais ínfimas impressões cotidianas matéria-prima para analisar e construir teias de significado. Ah, calar a mente é a mais urgente e nobre tarefa - e talvez a mais difícil, principalmente quando tantas informações nos distraem ao mesmo tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enquanto as peças imaginárias são traçadas e montadas em nossas cabeças, uma infinidade de acontecimentos se põe em paralelo. Deixamos de caminhar, de escolher e de viver - por alguns minutos {ou muitos} em um devaneio quase insano de conjecturas. Puzzle de 5.000 peças pra quê? O cérebro é tão ardilosamente engenhoso, tão sagaz em suas profanações da consciência e tão exaustivo... consome ação sem mover um dedo nosso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> E nessas subliminaridades, se desvencilhando de hábitos novos e ressurgindo nos velhos padrões equivocados, o nosso computador-sempre-a-bordo faz misérias com as listas mais belas de propostas ao novo ano. Planejar ações faz parte de uma esperança sempre renovada de um novo horizonte, mais belo e alegre, mais realizador e estimulante - mas o ponto primordial é aquietar a mente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É preciso romper tecidos empoeirados de crenças mofadas e sobrescrever a cartilha desestimulante do 'é difícil-complicado-impossível' que tanto escutamos desde pequenos com a sentença 'pode ser fácil-alegre-transformador'. A nossa mente quer nos proteger, esse é o papel dela, e cabe a nós deixar claro o nosso anseio pelo novo e também pelo desafio. O medo, ao invés de ser o general da mente que constrói barricadas, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">seguirá conosco - porém na retaguarda, como parte do processo. Vai dar o tom certo para evitar as impulsividades daqueles cheios de tempo gasto com as insalubridades passadas de geração em geração. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aproveitemos as boas lições deixadas, a bagagem cheia de história, os conselhos daqueles que seguiram seus próprios corações sem se arrependerem de serem completamente autênticos e - porque não? Serenos.</span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-41699976785554480142013-02-25T19:56:00.000-08:002013-02-25T19:56:00.519-08:00Desenvolver-se e voltar a si<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando crianças somos esponjas
que absorvem tudo à nossa volta, desmedidamente. Tudo adquire importância, dado
que não conseguimos escolher e nem dar as devidas dimensões a cada
acontecimento, percepção, sentimento. Assim como as coisas vêm, elas ficam. E
se quedam ali de qualquer jeito como se fossem brinquedos jogados dentro de um
armário, acumulados e empilhados sem categoria ou classificação. Não há ordem,
só há uns por cima dos outros. Tudo o que vivenciamos fica gravado de uma forma
peculiar, a nossa forma de absorver as coisas – e cada um tem a sua. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois, adolescentes, temos a
urgência de quem quer tudo pro agora (se for pra ontem melhor ainda) e apesar
de haver um certo assentamento daquilo que acumulamos no passado ainda não
conseguimos dar as medidas exatas por estarmos nesse momento do exagero de
tudo. A fase é de seguir em frente, mesmo com esse incômodo causado pela
bagunça chacoalhando dentro de nós, para juntar mais experiências. Fazemos
reflexões com aquilo que temos disponível, à mão, mais em cima. Metemos a mão e
puxamos algo para servir de argumento ou de armamento (contra o quê mesmo
tínhamos de nos defender?). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao chegarmos à idade adulta
achamos que estamos crescidos, inteiros – pessoas feitas. O grande engano é
pensar que algo já está pronto, há muito a se fazer: na verdade nada foi feito.
Há uma mistura de objetos a serem ordenados no nosso sótão e fingimos não
saber. Queremos que os outros deem jeito em algo somente para os nossos olhos e
nossas mãos. Precisamos entrar em contato com essa bagagem mista e confusa para
transformá-la em parte de nós mesmos, mas para isso cada coisa precisa adquirir
o seu exato valor. Possuímos cacarecos que consideramos ocupar um grande espaço
e ao olhar de perto, e com calma, percebemos ter na verdade alguns míseros
centímetros. Outros estão camuflados e escondidos debaixo de tapetes, se
fingindo de desimportantes quando deveriam ser fruto de observação cuidadosa.
Aí sim é hora de mergulhar e compreender, encarar os fantasmas e vê-los
transformando-se em bichos de pelúcia empoeirados – quando crianças não
tínhamos como percebê-los de alguma outra maneira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passo-a-passo reorganizamos,
reclassificamos e jogamos fora tudo o que não serve para absolutamente nada, só
entulha e atrapalha. Reassumimos o controle sobre o importante e o
desnecessário e podemos abrir mão de culpas inúteis – tanto nossas quanto de
outrem. Só assim, dispostos a fuçar nessa quinquilharia é possível se encontrar
e ser feliz. Mas isso ninguém nos diz – que é fácil e é só querer, está
disponível, é possível. Nos estimulam a seguir em frente mancos, estropiados,
entulhados por dentro dizendo ser normal se sentir desconfortável. E essa
náusea, esse cansaço, esse vazio, esse desconforto – é o quê? Não é nada: vai
trabalhar, namorar, casar, ter filhos, comprar casa e carro, consumir coisas,
comer, transar, beber, fumar, viajar, falar outro idioma, conhecer pessoas,
fazer exercício que passa. Passa?</span><o:p></o:p></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-79893525577034072322012-12-07T13:28:00.001-08:002012-12-07T13:28:54.087-08:00A caminhada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Enquanto trafegamos pelos caminhos da vida, encontramos diversas formas de percorrê-los. Tentamos mudar de veículo pois achamos que o problema de não chegarmos a lugar algum é a potência desse motor. Trocamos de carro e, a cada vez, percebemos que não temos muito sucesso com isso. Então mudamos as pessoas junto de nós, devem ser elas a causar estes tumultos limitando a nossa busca pelo amanhã da felicidade... engano. Uma pessoa depois da outra, várias opiniões, desejos, sentimentos, crenças e modos de agir completamente diversos. Mesmo assim estamos ainda fora da zona de alegrias desejadas, o nosso conjunto de sensações indescritíveis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Toda vez nos frustramos, uma depois da outra, repetidamente - até que nos damos conta da busca equivocada, dos problemas causados por um erro de interpretação. Passamos correndo para o amanhã sempre distante e esquecemos de aproveitar esse exato momento, transbordante de possibilidades de ser feliz. Não são os olhos, mas o olhar. Não é o veículo, é a maneira de conduzi-lo. Não são as pessoas, e sim como interagimos com elas. Não é o local, mas se estamos inteiros nele. Não é o acúmulo de coisas, e sim a forma como nos utilizamos disso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Caminhamos para o fim sem aproveitar o meio e levando o antes como uma bola de chumbo, pesada e melancólica. Olhos cheios de esperança com as novas circunstâncias e perdidos do foco do agora: o mais importante. Quem seremos amanhã? Ainda um agrupamento de moléculas. Ainda um tumulto de sensações, sentimentos, ânsias. Ainda completamente falíveis. Ainda com arrependimentos, mágoas e medos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Vai fazer diferença acordar para este aqui que não é nenhum outro lugar, nenhum outro momento, nenhuma outra realidade. Estar presente dentro do próprio corpo faz valer a pena cada obstáculo {temporário} que se põe entre os nossos pés. Não importam as crenças, importa viver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Aqueles que deixam de viver a própria vida apenas se esqueceram de deitar no túmulo.</span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-45028064314807451902012-11-27T16:11:00.000-08:002012-11-27T16:41:44.694-08:00Congelar o momento<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="251" src="http://upload.stripgenerator.com/strip/57/01/07/00/00/full.png" width="640" /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7; font-family: Verdana, sans-serif;">Se quiser ler direto no meu perfil clica aí. {Aproveite e crie algumas charges também}</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #8e7cc3; font-family: Verdana, sans-serif;"><b><a href="http://diciocotidiano.stripgenerator.com/gallery/" target="_blank">Charges - {Strip generator}</a></b></span></div>
<br /></div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-12988879208561492422012-10-01T20:25:00.002-07:002012-10-01T20:25:46.899-07:00Meu depois<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quero uma história contada de trás para a frente. Nessa trama, descobrir os caminhos reversos de escolhas que ainda nem fiz. Entre os detalhes, perceber os movimentos transitórios {talvez intransigentes, da vida} se acercando de minha zona de conforto ilusória e pacífica. Ver as aspas de sentidos ainda inacabados, de termos e situações concretas nesse futuro-passado-a-limpo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Preciso saber o final, para nesse entremeio me jogar. O tempo passa, sórdido e debochado entre os meus dias e me deixa sempre vagando no espaço de escolhas imperfeitas das infinitas possibilidades. Se o fim me olhar nos olhos quero compreender a vastidão dos seus porquês, intrínsecos, de um mirar longo e suspenso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Me deixem ver depois da curva, através dessa janela virtuosa das respostas sábias adquiridas pela maturidade da caminhada. Prometo seguir o trajeto sem a pausa, dúvida ou medo. Assumo aqui o compromisso de fluir entre a marcha dos que preferem o não-saber e finjo ignorar o já-escrito a esperar por mim no amanhã. Entretanto, uma espiada ao menos - por favor!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Sempre precisei de certezas, por mais falíveis que elas sejam: bem sei dos 'n' fatores impressos no DNA de cada ínfima chance de rearranjo dos acontecimentos. Há pessoas envolvidas no tramado das situações e essa teia é minuciosa em imprevistos difíceis de serem manuseados, principalmente pelos bisturis lógicos com os quais temos mania de esquartejar tudo e todos ao nosso redor. Admito a minha pretensão de possuir o controle, como se todos os dados estivessem disponíveis ao processamento e cruzamento das informações, momento a momento. Apesar disso, tropeço nos sinais despojados aqui e ali que me permitem reduzir o custo da energia gasta, desbravando os mistérios insolúveis do depois.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Porém, imploro à misericórdia alheia um pouco de paciência: minha falibilidade humana me tira do eixo fixo e me põe em conduta pendular, a pesar os prós e contras de cada passo. Eu apresso, mas confesso, preciso divagar entre os murmúrios daquilo que aprendi com o passado e considerar até o mais improvável átomo para conseguir andar novamente.</span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-44082679502872887992012-09-09T22:25:00.003-07:002012-09-09T22:25:23.519-07:00À luz de velas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu não exibo a minha vida publicamente, porque ela não é um show. Não é, nem de longe, entretenimento alheio. Sou feita de carne e osso, sangro e sofro. Tenho feridas, não cicatrizadas, na alma. Caminho, corro, ás vezes tropeço e busco nisso tudo um sentido para ser cada vez melhor. Se parassem para me conhecer de verdade veriam que sou tragicamente humana e falha, mas com uma imensa vontade de fazer só o que é certo. Desistam do palco, e do show. Eu apaguei a luz, não há holofote... está tudo à luz de velas. Só na intimidade vão saber aquilo que palpita entre as minhas verdades.</span></div>
</div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-33417473893907638332012-08-13T22:43:00.001-07:002012-08-13T22:43:24.338-07:00Dos traços, a soma<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhev7A1WRJREghyHOC5BKpTTxTqQZZi1QeBTYvX3ta1L_q8BDG9NFeDIcGuMid21xWzkujcmHspphOo3CYBENQODxIL6w8QwTRfMqv9xJ_on7w03zR3tsF2s3CVlU7KxtQin7mHesBWg3Q/s1600/img041_edit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhev7A1WRJREghyHOC5BKpTTxTqQZZi1QeBTYvX3ta1L_q8BDG9NFeDIcGuMid21xWzkujcmHspphOo3CYBENQODxIL6w8QwTRfMqv9xJ_on7w03zR3tsF2s3CVlU7KxtQin7mHesBWg3Q/s400/img041_edit.jpg" title="Nanquim e hidrocor sobre papel" width="400" /></a></div>
<br /></div>
Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-89528186002643065972012-07-31T22:17:00.002-07:002012-07-31T22:17:55.322-07:00Três piscadas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Ele carregava consigo uma foto tirada há mais de vinte anos, no exato momento em que tornava-se um biólogo, graduado pela universidade de sua cidade natal. Naquele tempo achava que teria tudo o que desejasse profundamente, sua vida se apresentava como um panorâmico <i>hall</i> de muitas portas a serem escolhidas. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi entre os muros daquela universidade que havia aprendido uma noção mais clara da porção 'adulta' a ser encarada, a partir daquele momento. Assumiu tantas responsabilidades quanto foi possível, teve de fazer escolhas ao longo do percurso, e a pior de todas foi deixar Clara para trás. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Sabia de seu erro. Deixou-se levar pelas pressões da família: 'este não é o momento de assumir um compromisso desse tamanho', 'você precisa de uma vida estruturada antes', 'tem tanta vida ainda pela frente', 'virão outras e você vai sentir isso outra vez'. Não, não sentiu. O peito dele nunca encheu-se tanto de sentimento como quando estava perto dela. A vida ficava mais transparente enquanto conversavam, tudo parecia mais ao seu alcance. Entretanto foi levado pela enxurrada de decisões e absteve-se de lutar por sua doce amiga, cúmplice e amada Clara.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O tempo passou e ele construiu a sua vida, cheia das 'estruturas' pedidas pelos seus familiares. Tinha nas mãos tudo aquilo pelo qual lutou todos aqueles anos, menos um amor. É claro que se apaixonou, algumas várias vezes, e sentiu o fogo lhe queimando por dentro. Desejou, e teve, mulheres de diversos biotipos e personalidades. Ainda assim, faltava algo. Algo tranquilo e ao mesmo tempo emocionante, para acompanhá-lo vida afora.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Lembrou de Clara e resolveu voltar à cidade natal para saber notícias dos olhos verde-água mais cintilantes que havia visto. Foi até a casa azul de aberturas brancas, na esquina do antigo campo de futebol (agora supermercado) e bateu na porta. Abriu uma senhora idosa, de cabelos bem brancos e olhos tão verdes quanto os de sua amada. Questionou e descobriu o paradeiro da doce amiga de tantos anos. Seguiu caminhando pela avenida central, passou a igreja, a prefeitura e avistou o hospital. Entrou e foi secando as lágrimas enquanto caminhava corredores a dentro, em busca dela.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> No terceiro andar, frente ao quarto 35, segurou o ar entre as costelas e adentrou o recinto branco para avistá-la, pálida, sobre a cama. Ela continuava com seus olhos faiscantes de vida, por mais que o seu corpo padecesse do silêncio de movimentos e som. Clara estava tetraplégica, um acidente de moto causou o congelamento daquela moça tão alegre e de tantos sonhos em mente. Eles conheceram-se na universidade, mas faziam cursos diferentes: ele biologia e ela pedagogia. Amava crianças e queria contribuir para o desenvolvimento delas. Agora estava ali, inerte.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Quando ela o viu, os olhos brilharam e pareciam saltar das órbitas. Ele pode perceber a felicidade daquele coração, enquanto o dele não sabia se chorava ou sorria. A enfermeira explicou como comunicar-se: uma piscada para sim, duas para não. Então ele ficou ali por horas, sentado ao lado da cama, segurando a mão de Clara, contado as histórias da sua vida e tentando saber dela aquilo que se passava por detrás dos olhinhos verdes. Já fazia quase ano naquele estado, praticamente solitário, de apenas olhar pela janela e tentar conversar com as enfermeiras. Os pais dela já eram falecidos, sua avó estava com dificuldades de se locomover e nem sempre conseguia reunir as suas forças cansadas pela idade para ali se aninhar, perto da neta. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Chegou o fim do horário de visitas, tinha de partir, além disso precisava retomar as aulas na universidade que agora lecionava. Ao mesmo tempo, precisava de mais tempo ali, perto dela. Seu peito rasgava-se num dilema enquanto despediu-se, prometeu voltar em breve, deu um beijo em sua testa macia e deu as costas atravessando a porta. Percorreu novamente os corredores em busca da saída que não queria encontrar. Ao alcançar a rua sentou-se nas escadas e chorou por mais de hora. Não conseguia achar justo tudo aquilo, não via sentido de Clara estar presa à cama e acorrentada de ações dentro de seu próprio corpo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Seguiu pela avenida, retornou ao hotel e tentou dormir. Tudo em vão. Sabia que se abandonasse seu único amor naquela condição jamais se perdoaria. Quando o relógio apontava dez horas da manhã ele estava ao seu lado, mais uma vez. Resolveu contar outras histórias, abriu o peito e expôs seus mais sinceros sentimentos para então lhe pedir o voto de confiança de seguir com ele para a capital. Queria tentar novos procedimentos para tratá-la, mesmo que se mostrassem inúteis para uma cura completa. Pelo menos gostaria de tentar contribuir para a doce moça realizar algum de seus sonhos, seguir com a vida, tentar comunicar-se melhor. Sabia dessa possibilidade, a tecnologia havia evoluído muito nas mãos capacitadas dos homens e tinha dinheiro para servir a esse nobre propósito.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Clara aceitou a proposta, tinha ânsia de viver, de continuar a estudar, de enfrentar aquela situação. Entregou-se aos braços do homem que havia lhe abandonado no passado, mas a resgatava agora - e quando mais precisava. Prometeram visitas constantes a sua avó e mandar notícias todos os dias. Ele comprou uma cadeira de rodas toda equipada com aquilo que havia de melhor para permitir conforto e comunicação, através de um software e sensores. Ela conseguia agora expressar sentimentos, desejos, pensamentos - tudo de uma forma ampla e até abstrata. Voltou à universidade para realizar o mestrado, escreveu livros infantis e teve a vida social novamente para compartilhar toda aquela represada e quando ele olhava para ela conseguia ver o sorriso que sua amada esboçava internamente.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Seguiram juntos, ambos com o coração repleto de paz. E todos os dias, antes de dormir e deitada na cama ao lado dele ela comunica, com seus belos olhos verde-água, através de três piscadas: eu te amo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">{Inspirado pelo episódio de Grey's Anatomy - S04E01 (21:36min)}</span></div>
</div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-60864343145273414892012-07-24T22:04:00.001-07:002012-07-24T22:04:10.247-07:00As curvas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;"> É perigoso calcular nas entrelinhas da vida enquanto a
ansiedade está nos comendo por todas as beiradas. Vamos forçando os ângulos de
nossa visão, estreitando limites e acumulando vontades... sofrendo pelo mal da
antecipação.</span><br />
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O frio que sobe no estômago quer dizer alguma coisa, o olho
que fecha e revira entre as palpebras quer emitir um sinal, as mãos que se
esfregam sem cessar querem transmitir uma mensagem, os pés que atritam contra o
chão precisam do entendimento: a pressa é nossa companheira.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Temos ânsia de algo inominável, tateamos um universo desconhecido de possibilidades e esperamos sempre escolher o certo. Acontecemos entre os caminhos, esbarramos nas vontades alheias, nos esprememos entre as fendas que encontramos e fugimos do espaço limitado e sufocante de um cotidiano sem surpresas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> É incoerente que sigamos na busca de uma via pavimentada e segura, mas por dentro desejemos uma estrada de curvas acentuadas. Talvez sejam as curvas que almejemos e os mistérios que residem por detrás delas. Precisamos da adrenalina do não-saber, da dúvida que revira o estômago, do frio na espinha de pensamentos que seguem para lados opostos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Parece parte inerente da condição humana esse desejo versus angústia pelo desconhecido. Ter certeza não soluciona, atrapalha, torna monótono, tira a graça de conquistar o próximo passo. Merecer a paisagem faz o quadro inteiro ter mais cores... e isso provêm de esforço.</span></div>
</div>
</div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-61137769101433964872012-07-24T21:44:00.002-07:002012-07-24T21:44:36.197-07:00Trapaças<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A vida é feita de algumas pequenas trapaças, e a soma delas indica até que ponto estamos apenas protelando uma resposta {geralmente mais óbvia do que gostaríamos}.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-80528432763928999902012-06-25T20:43:00.002-07:002012-07-02T21:54:39.822-07:00Hipóteses<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> De olhos vidrados no futuro, esqueceu as mágoas que arrastava por anos afora. Deixou de lado aquelas sentenças de vida ou morte, em que todo o universo parece conspirar sobre algumas circunstâncias. Preferiu arriscar alguns passos, um após o outro - mirando um mergulho profundo no amanhã. Mas eis que as correntes de auto-sabotagem zuniam ao seu redor, tornando a sua decisão uma dúvida e trocando as certezas por inúmeros pontos de interrogação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'Me desculpe, eu não sei se posso...' - os olhos pousados sobre os próprios joelhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'A questão não é se pode ou não: você quer?' - uma mão esfregando a outra, pausa para colocar a mecha de cabelo atrás da orelha direita, o olhar sobe ao encontro do dele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'Sim.'</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'Ninguém disse que seria fácil dar essa guinada completamente inusitada em nossas vidas. Mas pelo que conheço, o caminho fácil não nos chama muito a atenção, então...' - Ele sorri aquele sorriso de garoto entusiasmado, com uma covinha marcada no canto da boca.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'Eu pensei que realmente seria fácil, pelo menos uma vez na vida. É um pouco desgastante essa postura de fazer sempre o certo.'</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">'Vai valer a pena, e posso arriscar dizer que já está valendo.'</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Acordou do sonho completamente zonza. Já era 17 horas e estava atrasada, algo habitual em seu cotidiano. Foi aquele relaxante muscular, por que raios tinha deitado na cama se tinha tantas coisas a resolver? Mas dessa vez ela iria ser um pouco mais rápida, era questão de honra. Tomou um banho rápido, jogou as suas coisas dentro da bolsa, fechou as janelas, trancou a porta e saiu correndo. Passou pelos vizinhos e sequer esboçou um cumprimento, atravessou a rua e, no meio do canteiro, lembrou da carta escrita na madrugada. Folhas e folhas de desabafo e de alma derramada sobre o papel. Não poderia deixar para trás todo aquele sentimento exposto, como uma fratura que necessitava de alguma espécie de observação e cura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Deu meia-volta e retomou o caminho de casa, amaldiçoando o seu relógio biológico estragado, o salto agulha, a bolsa pesada, a dor na coluna, a fome descomunal de quem não tinha nem bebido um gole de café, e o passado...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Sentiu um baque seco e a boca ficou úmida repentinamente, a coluna parou de doer, a fome passou, a cabeça pesou e os olhos foram fechando enquanto pensava na carta, inerte em cima da cama - ao mesmo tempo em que jazia para um futuro hipotético.</span></div>
</div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-22757620035351135722012-05-22T21:49:00.003-07:002012-05-22T21:49:31.317-07:00Ponto final<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Olhou as folhas, leu, assinou e por hábito marcou com um 'x' onde ela deveria assinar, lhe entregando a caneta. Viu as unhas pintadas de vermelho cereja e pensou em como havia mudado aquela que antes nem lhe dirigia diretamente o olhar, por vergonha. Agora até combina lábios e unhas em tom cereja - olha profundamente e emite opiniões sem perguntar se pode fazê-lo. O advogado praticamente pede permissão para intervir enquanto ela fala. Não conseguiu deixar de se imaginar entre aquelas folhas e pessoas, fazendo sexo com ela na mesa. Gostava da esposa submissa, admitia, mas essa cheia de personalidade lhe dava um tesão inexplicável. Logo ele, que agora tinha uma outra mulher com 10 anos menos e de seios turbinados - se sentindo atraído por aquela que ele abandonou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A caligrafia impecável, da moça estudiosa do interior, continuava a mesma. O traçado fluía pelo papel como se fosse soprado por um vento invisível. Nome e sobrenome, ponto: acabou de vez. Agora está solteira novamente e certamente vai casar com algum babaca. Vai aprender novas receitas e cozinhar para ele provar, fazer massagem quando o imbecil chegar estressado do trabalho, abraçar e cheirar o pescoço pra dizer o quão cheiroso o idiota está, telefonar no final da tarde para perguntar se vai chegar cedo em casa e o que deseja para o jantar. Ou então vai se tornar essa versão moderna, com cinta-liga e salto-agulha, que liga pra dizer alguma sacanagem enquanto diz estar sem calcinha esperando pra ser o jantar dele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Como se escutasse os pensamentos dele ela o olhou enquanto cruzava as pernas e o deixava ver a calcinha, tão cereja quanto o resto do conjunto. Sorriu. Era a vingança dela ver o marido boquiaberto. Fez ginástica, comprou novas roupas, começou a frequentar a terapia, saiu com amigas, redecorou a casa, foi viajar - e se deu conta do quanto tinha se anulado pra satisfazer aquele que a queria dentro de uma cúpula de vidro. A ironia foi ele mesmo ter rompido o casulo, a deixando por uma ninfeta calibrada e instável. Ficou sabendo através da filha das características mimadas da escolhida de seu ex-marido. E riu, por horas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Levantaram-se e apertaram as mãos. A situação foi muito formal, nem parecia o final de um casamento de 26 anos. Dois filhos, um cachorro cego, dois gatos siameses, um papagaio que se perdeu na viagem para a praia, uma televisão que os fez brigar umas cem vezes e teve o controle remoto guardado dentro do freezer pelos filhos, um jardim cheio de girassóis e duas macieiras, vinte jantares à luz de velas em comemoração ao aniversário de casamento, um Natal entre goteiras e baldes com risadas e canções, dez invernos cheios de cobertores empilhados (por causa dela) e com ele dormindo pelado, uma noite inteira em claro no nascimento da filha enquanto ele a enchia de beijos e recebia alguns resmungões, um choro convulsivo dele amparado pelo abraço dela e dos filhos no velório do pai, [...].</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Um acúmulo de momentos compartilhados congelado para sempre. A novidade renovando o ar, egos inflados pelo orgulho - e uma lágrima represada em cada um. Era a vingança da memória.</span></div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-54957027573773084062012-04-22T23:52:00.001-07:002012-04-22T23:52:52.961-07:00O meu estereótipo<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Estou devendo a um amigo este texto,
já há algum tempo. Ele pediu que eu descrevesse como é ser o estereótipo da
beleza e como fiquei olhando sem saber o que queria me dizer, explicou: Loira, alta, magra, olhos azuis, corpo delineado, bonita... Bom, vou
dizer então como é ser o estereótipo social da beleza {e não que eu o aprove}.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Quando as pessoas me olham, e se
deixam levar por uma ideia coletiva daquilo que eu sou, elas se precipitam em
um julgamento pré-concebido do meu ‘eu’. Parece mentira, mas eu tenho de provar
para algumas pessoas que não sou fútil, nem vulgar, ‘fácil’, burra, esnobe e
etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Alguns me olham, veem um sorriso no
meu rosto {sim, sorrio muito} e creem que minha vida é perfeita, um conto de
fadas ou algo assim. Pelo contrário, eu sorrio porque foi minha escolha:
encarar a vida pelo lado positivo, ter bom-humor apesar dos contratempos e das
tristezas. Se me permitir ficar ‘carrancuda’ de nada vai adiantar e ainda por
cima vou ter de me aturar desse jeito. Prefiro ser uma boa companhia para os
outros e, acima disso, para mim mesma – porque eu passo a maior parte do tempo
convivendo comigo, não é?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Nasci em um bairro simples e tive de
conviver com a violência bem de perto. Acho que foi com uns oito anos de idade
que vi uma arma pela primeira vez: apontada para minha mãe e para mim, enquanto
éramos assaltadas (assaltos foram alguns... não fiz questão de contar). Tive o
infortúnio de veri uma arma mais uma vez pelo menos antes dos 12 anos de idade.
Nossa casa foi arrombada duas vezes e é bem angustiante saber de outra pessoa
ali, vasculhando os nossos pertences e levando aqueles tidos como ‘de valor’.
Sem falar que era difícil dormir uma noite de sono inteira tranquilamente
quando se ouvia gritos, tiros ou se sabia da possibilidade de um aparente
barulho no telhado provocado pelo vento ser alguém tentando entrar. Foi ótimo
conhecer a sensação de dormir uma noite inteira, sem acordar sobressaltada por
algo assim, e isso aconteceu quando tinha 16 anos – ao ir morar em um
apartamento num condomínio fechado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">{Posso dizer que a minha vida só
melhorou, com o tempo e as novas oportunidades, através das escolhas e,
sobretudo: da vontade de crescer como pessoa e ser ao menos um pouco melhor a
cada dia. É algo difícil de optar, pois é sempre mais fácil acomodar-se e seguir
caminhando por onde a ‘correnteza’ te leva.}<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Eu posso parecer uma boneca, de
longe. De perto vão ver que tenho cicatrizes de tombos de infância, que tenho
dores, medos, sonhos. E perceberão as falhas, as opiniões radicais em alguns
pontos... Vão se dar conta de que eu tenho um coração, e sangra. Minha vida
emocional está longe dos contos de fadas imaginados pelos outros - já tive
paixões platônicas, tomei foras, fui traída. Já tive de me reerguer depois de
final de relacionamento e também passei por desmanchar a ilusão de estar com
alguém que não dava a mínima pra mim e com quem nunca teria um relacionamento.
Sofrer por amor: conheço bem. Se iludir: idem. Desistir de alguém: bingo!. A
vida é assim mesmo, e algumas mulheres creem {inocentemente} ser um corpo, uma ‘embalagem’,
capaz de conquistar e fazer tudo dar certo na vida. Pois bem, eu sei bem que
isso é uma ‘balela’: não interessa o corpo que nós temos e sim como nós nos
sentimos dentro dele. A forma como interagimos com o ‘mundo’ ao nosso redor é
bem mais importante do que não ter celulite, ter um corpo escultural, cabelos
esvoaçantes, olhos azuis ou qualquer outra invenção dessas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Mais um problema, de ser um
estereótipo, é o fato de algumas mulheres não quererem a minha companhia. Eu
realmente não sei, não entendo... pode ser competição, por se sentirem
intimidadas de alguma maneira, ou quem sabe eu sou tremendamente chata e
entediante {quem sabe?}. Na maioria das vezes eu sou realmente muito simpática,
e não faço esforço para isso: eu sou assim. Infelizmente parece que as outras
mulheres percebem isso como uma ‘forçação’ de barra, me fazendo passar por
boazinha e etc. Pelo que percebo os homens parecem gostar da minha companhia,
entretanto eu tenho de ‘provar’ que a minha simpatia é só ‘eu sou legal, tá?’
em vez de ‘olha, sou fácil’. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Sem falar no comprometimento
intelectual: loira, bonita, simpática... ‘hum, ela deve ser burra’. Não, sinto
muito. Sou bem inteligente e tenho bastante personalidade, sou palpite, opino,
critico, falo mesmo... não tenho a menor vocação pra moça comportada que se
submete às vontades alheias. Acabo sendo polêmica algumas vezes em alguns
diálogos. Sempre gostei de ser eu mesma, original de alguma maneira, sem ser
parte de alguma ‘catalogação social’. Pergunto quando não sei e esboço teorias
de vez em quando. Sei da quantidade enorme de coisas desconhecidas por mim e que
talvez a maioria ainda vá permanecer assim, mesmo com o tempo e as
experiências. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Então, esse é um resumo. Gosto da
ideia de que as pessoas vão começar a se olhar através das aparências, em busca
das essências. Ir além da superfície das impressões manipuladas pela sociedade,
mídia ou preconceitos e realmente tentarem conhecer o outro por dentro, pelo
avesso. Somos feitos de muito mais e o importante está sob a maquiagem, roupa, corte
de cabelo... status social, religião, partido político, time de futebol ou
qualquer outra forma de segmentação. Talvez algumas pessoas me olhem desse modo
segmentado e limitado, deixando assim de saber quem sou realmente. Estou fora
de qualquer rotulação, todos estamos – cada um é único. Eu procuro derrubar os
muros que me impedem de conhecer {o máximo possível} aquele outro ser em
contato comigo, não importa quanto dure a nossa ‘interação’.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">{Quando percebo a realidade de
outras pessoas, bem piores do que qualquer história triste vivida por mim, eu
me sinto egoísta e prepotente – julgando as minhas tristezas maiores do que as
alheias. E há inúmeras pessoas com bagagens duras de se carregar e suportar.
Prefiro usar a minha como degrau, para elevar minha consciência na caminhada da
existência. Esse texto foi um pequeno #mimimi, um desabafo, estou pra
escrevê-lo desde o ano passado.}<o:p></o:p></span></div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-57162039347052135182012-03-29T17:30:00.000-07:002012-03-29T17:30:02.337-07:00As paredes da nossa pele<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;">Toda pessoa já teve de superar alguma coisa, atravessar uma barreira e seguir em frente. Há diversos níveis de superação: há os físicos, psicológicos, emocionais e deles segue uma ramificação de outros, que os definem mais. Ninguém tem sobre si o controle absoluto de poder determinar como vai ser o seu amanhã, de como vai reagir frente à uma situação. Podemos apenas dar o melhor de nós mesmos para percebermos as oportunidades de crescer com cada situação.</span></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;"><div style="text-align: justify;">
Cada um vive a sua realidade interior, e por mais que digam sabê-lo quando comentamos algo, ninguém pode alcançar o que é estar na pele de outra pessoa. Estamos ‘presos’ à nossa realidade, vivida entre as paredes da nossa pele. Disso resulta uma maneira particular de vivenciar o mundo e de percebê-lo, já que vemos através do nosso olhar – subjetivo.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;"><div style="text-align: justify;">
É aí que surge a superação, depois de aceitarmos a original essência de um ‘eu’ que é somente nosso e da possibilidade de nos fazermos compreender de algum modo. Só conseguimos isso compartilhando esse olhar, único, com os outros seres. Alguns escrevem, outros cantam, outros dançam, outros pintam, outros ajudam, outros fotografam… entre tantas expressões possíveis.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;"><div style="text-align: justify;">
Achei sensacional a ideia dessa fotógrafa, que é cega, de publicar uma foto por dia.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;"><div style="text-align: justify;">
{<a href="http://www.facool.com.br/blog/view/758" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #00458f; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">http://www.facool.com.br/blog/view/758</a>}</div>
</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px;"><div style="text-align: justify;">
Ela encontrou um meio de superar a limitação e nos presenteou com fotos lindas, cheias de vida. E nós? Como faremos?</div>
</span>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-27867838311446398042012-03-23T21:27:00.000-07:002012-03-23T21:27:02.802-07:00O príncipe perdido<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>O príncipe se perdeu no meio do caminho.</b> {São tantas estradas possíveis, tantos caminhos - é fácil de se atrapalhar entre as escolhas da vida. E afinal, todo o dia decidimos algo e recebemos as consequências em um futuro próximo - amanhã ou depois.} <b>Em algum momento percebeu ser um atalho circular aquele que tomava, ora ou outra, e levava sempre para o mesmíssimo lugar.</b> {Nem sempre o caminho que parece fácil acrescenta 'bagagem', algumas vezes o provável se mostra uma grande perda de tempo e de energia. Investimos esperanças demais em pessoas e situações para compreender, em algum momento, ser tudo fruto de nossa imaginação.} <b>E aí, nesse ponto, decidiu olhar para a sua volta e procurar algo diferente daquilo que sempre teve em mente. </b>{É normal estabelecermos alguma espécie de 'padrão' e assim acabarmos 'condicionados' a caminhar sempre pelos mesmos trajetos, também o de nos relacionarmos com 'as mesmas pessoas' - em 'outros corpos'. Há muitos fatores implícitos, e pode haver a projeção de algo que nos marcou na infância... mas aí é muito pano pra manga, vamos manter simples.} <b>Mas ele percebeu estar rodeado de pessoas semelhantes, com pensamentos e atitudes boas e louváveis; entretanto, ainda assim eram repetições de uma mesma 'fôrma'.</b> {É comum nos aproximarmos de pessoas que seguem um mesmo tipo de 'conduta mental' do que nós. Por isso há afinidades imediatas: o reconhecimento de alguém semelhante. Porém, ao procurarmos (em algum momento) alguém diferente em nosso 'entorno' podemos ficar meio frustrados.} <b>Pensou e pensou e pensou em como encontrar a moça 'certa', por estar rumando sempre pelos mesmos lugares e se relacionando com as mesmas pessoas.</b> {Acontece de a pessoa certa aparecer em um momento errado, é normal pensarmos que se fosse pra ser já teria sido e através de observações percebo: há muito o que aprender até se estar 'no ponto' de ver com outros olhos as mesmas situações. É normal termos pressa e assim acabarmos tropeçando e dando de nariz no chão - com o tempo conseguimos ver uma pedra onde antes nem notávamos a sua presença.} <b>Tentou lembrar de alguém especial em seu passado, uma princesa que tivesse passado desapercebida entre os caminhos que havia percorrido... e nada.</b> {Um novo olhar nem sempre ajuda a olhar o passado com novos olhos e é preciso retomá-lo 'ao vivo' pra sentir se algo está diferente. A emoção de vivenciar uma sensação antes desconhecida na presença de alguém.} <b>Desistiu de procurar por ela e se deixou ser procurado, pensou 'a vida vai trazer ela pra mim' e ficou calmo. A rotina voltou ao seu curso, a ansiedade baixou. Num dia tudo transcorreu normalmente até ela surgir, diferente das moças que sempre viu circularem em sua volta - e dessa vez ele não a deixou passar em vão.</b></span></div>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-76640172710873203872012-03-18T20:15:00.003-07:002012-03-18T20:17:41.904-07:00Vernáculo<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entre as nossas paredes, somos dois</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entre os muros do mundo, somos metade.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Duas partes que se fundem</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Numa língua própria</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Incomunicável lá fora...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas tão abrangente entre nossos olhares</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">[As percepções que se completam]</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E permitem um ir e vir de significado:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Único</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(Original)</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Particular</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(Sem igual)</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ainda em construção...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pois tudo se move e cresce, com o tempo</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">{E a experiência}</span>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2018472965840249614.post-53393803775539949652012-01-27T19:20:00.000-08:002012-01-27T19:20:19.872-08:00Braços de aço<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Poderíamos ser lendas, vivas, de almas que se encontraram entre a multidão de tantos com o mesmo anseio de serem felizes. Mas preferimos o orgulho de não dar o braço a torcer.</span>Carole Kümmeckehttp://www.blogger.com/profile/01378791860250010943noreply@blogger.com0